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Menopausa

O tempo é contradição, é uma responsabilidade.

Envelhecer, um paradoxo entre tudo que a alma ganha e aquilo que o corpo perde.

Bebo da energia da vida pelas bordas, prazerosa e feliz com os "restos e sobras [que muito] me interessam".

O espaço-corpo-mulher é sempre um espaço-corpo cujo tempo impõe, além da esperada contradição ser-estar, marcas da violência que nasce de habitar um mundo-homem: uma certa complexidade no olhar, uma especificidade nas formas de sobreviver, negociações intermináveis almejando um melhor devir.

A menopausa é um presente da maturidade: o metabolismo que desacelera, a alma que se expande, um olhar capaz de atravessar outros corpos permitindo-nos a afeição por nossas marcas de corpo-mulher.

A menopausa é uma permissão para voltarmos a ser quem somos, sem muitos estratagemas, sem angústias; sem precisarmos, mais, lutar por uma adequação – jamais suficiente – de nossos corpos ao espaço-mundo-masculino. Voltarmos a ter em nossos corpos o nosso espaço.

Essa é a menopausa, esse é o espaço-corpo-mulher.

Esse é meu corpo que registro ao balouçar de meu desejo, como quero, quando quero, porque quero para que eu possa vê-lo como é: uma alma que se expande em um corpo que se despede.

Time is a contradiction, a responsibility.

Aging is a paradox between all that the soul gains and what the body loses. I drink from the energy of life at the edges, feeling pleasure and happiness with the "leftovers and remains [that greatly] interest me."

The woman-body-space is always a body-space whose time imposes, beyond the expected contradiction of being and becoming, marks of the violence born from inhabiting a man-world: a certain complexity in the gaze, a specificity in ways of surviving, endless negotiations striving for a better future.

Menopause is a gift of maturity: the metabolism slows down, the soul expands, and the gaze can see through other bodies, allowing us affection for our woman-body marks.

Menopause is permission to return to being who we are, without many stratagems, without anxieties; no longer needing to fight for an adaptation—never sufficient—of our bodies to the male-world-space. To have again, in our bodies, our space.

This is menopause, this is the woman-body-space.

This is my body that I record to the sway of my desire, as I want, when I want, because I want, so that I can see it as it is: a soul that expands in a body that bids farewell.

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Try the trailer of When the Weasel Sits, in the process of creation, an exploration of time and aging

Eu 28/06/2024, 2024

Série A Menopausa

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Eu 2, 12/07/2022, 2022

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